sexta-feira, março 16, 2012

Gestão e Gestores de Segurança

A enorme competitividade entre as empresas, independente de seu ramo de atuação ou tamanho, além das incertezas e riscos naturais inerentes ao seu negocio e ainda o crescimento da violência, ascensão do crime organizado, desequilíbrio social e atuação abaixo do desejável dos órgãos de segurança pública, as obriga a se organizarem e planejarem da forma mais eficiente possível todas as despesas e custos. Nesse contexto não se pode mitigar a segurança empresarial. Não se deve ver a segurança apenas como a protetora de pessoas e ativos, pelo menor custo possível e sim como ferramenta fundamental para agregar competitividade e estabilidade aos processos empresariais. A gestão da segurança deve ter uma abrangência muito maior, necessita ter uma visão macro do objetivo da empresa, ser inserida nas decisões estratégicas da organização, prevenindo todas as formas de perdas, desvios, fraudes e outras atitudes delituosas que possam prejudicar e até mesmo paralisar as atividades empresariais, como se o Gestor de Segurança estivesse observando a empresa do alto de uma escada, não se admitindo profissionais responsáveis pela proteção e segurança fiquem alojados em um canto obscuro da organização. Profissionais que atuam na segurança sabem que não existe mais lugar para pessoas sem conhecimento avançado no assunto e utilizando equipamentos e técnicas não profissionais, estão se conscientizando da importância de se preparar para enfrentar os problemas impostos pela falta da segurança pública, crescimento assustador da violência urbana, pelos avanços tecnológicos e pelos diversos tipos de ilícitos e crimes que podem afetar o pleno desenvolvimento de uma empresa. Como consequência dessa necessidade, surgiu há alguns anos o Gestor de Segurança, profissional que tem o papel importantíssimo de planejar e organizar segurança, prevenir riscos e reduzir prejuízos ou perdas, integrando todos os setores e recursos da empresa de forma planejada. Esse profissional deve ter visão sistêmica e totalmente atualizado as mudanças do mercado no qual atua. Baseada na mesma necessidade apresentada pelo mercado carente de profissionais capacitados surgiram os cursos superiores de Tecnólogos em Gestão de Segurança Empresarial oferecendo formação acadêmica em segurança empresarial, com o objetivo de formar profissionais para gerir empresas e áreas de segurança patrimonial interna, terceirizada ou orgânica. Capaz de planejar, operacionalizar e controlar todas as atividades inerentes à segurança privada patrimonial. Por meio dos conhecimentos adquiridos nas atividades teóricas e praticas e preparado para a compreensão dos princípios gerais e dos fundamentos que norteiam a gestão empresarial dos recursos humanos e materiais. O questionamento que faço é quanto ao curriculum acadêmico, sabe-se das diretrizes básicas que devem ser seguidas por todos os cursos superiores exigidas pelo MEC, porém e as outras disciplinas, como os empresários do setor de segurança estão demonstrando suas necessidades empresarias aliadas a formação acadêmica. Como podemos efetivamente auxiliar a formação de Gestores de Segurança a partir das necessidades das empresas e não apenas para cumprimento de curriculum básico para preenchimento de carga horária. As empresas de segurança são os principais contratantes dessa mão de obra. Em outros seguimentos em especial o industrial, criam-se parcerias com as universidades para cursos que atendam suas necessidades, envolvendo a empresa, a universidade e os alunos. O que se espera minimamente de um Gestor de Segurança que ele possa entre outras atividades: Gerir departamento ou assessorar efetivamente, setores e áreas relacionadas à segurança patrimonial em Instituições Públicas e Privadas; Atender e adequar as empresas à rigorosidade da legislação pertinentes ao segmento de segurança privada; Elaborar ou assessorar efetivamente no planejamento estratégico de segurança, que possua um mínimo de análise crítica dos indicadores da conjuntura socioeconômica, política da empresa contratante e de seus clientes; Identificar e analisar de riscos envolvidos na atividade principal e de apoio das organizações com o objetivo de auxiliar na definição de políticas de segurança e diretrizes que assegurem a continuidade dos negócios; Elaborar ou assessorar projetos integrados de segurança física e eletrônica alicerçados em parâmetros técnicos e legais; Aplicar as técnicas e conceitos adquiridos na universidade nas práticas de prevenção às perdas patrimoniais e no gerenciamento de crises e de riscos à integridade física das pessoas; Identificar possíveis situações geradoras de Crises com a utilização método de identificação, para obter e aplicar os recursos necessários à antecipação, prevenção e resolução de uma crise. Com as sugestões acima, repito, que é que se espera minimamente de um Gestor de Segurança, podemos concluir que o assunto segurança poderia exigir um curso de graduação e não apenas tecnologia, tantas são as necessidades provenientes da complexidade das atividades. Se existem tantos profissionais dispostos a fazer um curso superior em segurança e apresentar maior empregabilidade no mercado, devemos de nossa parte como uma parte considerável dos contratantes, mostrar quais os nossos anseios quanto a esses profissionais que estão surgindo todos os anos com um diploma embaixo do braço. Mirian Bazote - http://senhoraseguranca.com.br/
Empresária atuante no ramo de terceirização de serviços desde 1993. Advogada, graduada em Direito e especializada em Direito do Trabalho, Previdenciário e Empresarial pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul. Graduada em Administração de Empresas pela Universidade de Santo André. Professora Universitária do curso de Gestão em Segurança da Faculdade de Tecnologia Jardim. Delegada do SESVESP - Sindicato das Empresas de Segurança e Vigilância de São Paulo - Regional ABC.