terça-feira, agosto 30, 2011

É um pássaro? É um tubarão? Não! É um agente da Mossad! (2ªParte)

Uma amostra das conspirações ligadas à Mossad inclui a divulgação pela agência de notícias da Autoridade Palestina Wafa, em julho de 2008, de que Israel estaria usando ratos para forçar palestinos a deixarem seus lares em Jerusalém. “Dúzias de colonos israelenses vinham a becos e ruas da Cidade Antiga [centro histórico de Jerusalém] carregando gaiolas de ferro cheias de ratos. Eles soltam os ratos e estes acham um ambiente propício em sistemas de esgoto a céu aberto”, dizia a notícia.
O porta-voz da polícia do Hamas na faixa de Gaza, Islam Shawan, afirmou, em julho de 2009, que o grupo havia descoberto uma trama do serviço de inteligência israelense para distribuir chicletes que aumentavam a libido na tentativa de “destruir” as gerações jovens.
A rede estatal iraniana Press TV afirmou, nos momentos seguintes ao atentado do natal de 2009 – no qual o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab explodiu uma bomba em um avião que se dirigia a Detroid – que o atentado era, na verdade, planejado pela Mossad em conspiração com o Setor de Pesquisas e Análises da Índia. Seu objetivo seria espalhar “um trauma de dimensões orwellianas [de cunho manipulador, referência ao livro 1984 de George Orwell] e projetar o Iêmen, assim como o continente africano , como o novo foco da chamada “guerra ao terror” americana”, dizia a notícia.
Enquanto as conspirações da Mossad geralmente se espalham pelos blogs e pela imprensa popular, a grande quantidade de ataques de tubarão nas águas da costa do Sinai em Sharm al-Sheikh fez com que um oficial do governo insinuar sobre uma conspiração israelense. Mohamed Abdul Fadil Shousha, o governador da província egípcia do Sinai do Sul, disse que tal cenário “não estava fora de cogitação”. “O que está sendo dito sobre a Mossad ter jogado tubarões perigosos no mar para atingir o turismo no Egito não é algo fora de cogitação. No entanto, precisamos de tempo para confirmar”, disse ele a uma conferência de imprensa.
Na verdade, Abdulla diz que muitas das teorias de conspiração se originam em meios de mídia estatais, ou vêm das próprias autoridades, que veem nisso um modo de distrair a atenção pública das falhas do governo.
“Algumas teorias podem ser formadas pelo governo como forma de distrair as massas da falta de ação deste em alguns setores”, disse Adbulla. “Se é algo relacionado à política, então, para muitas pessoas, a conspiração se torna um pouco mais plausível”.
Quando uma igreja copta foi bombardeada em Alexandria, no Egito durante o ano novo, circulou rápido o boato de que o Estado de Israel estaria ligado ao acontecimento, embora especialistas tenham avisado que o ocorrido refletia a presença da Al-Qaeda no Egito ou era resultado das tensões intercomunais entre cristãos e muçulmanos, dois assuntos sobre os quais os oficiais preferem não falar.
Na verdade, alguns comentaristas independentes já estavam prontos para aceitar a teoria da conspiração. “O incidente poderia levar a outras interpretações, especialmente o uso da teoria de conspiração sionista contra a unidade nacional no Egito”, disse Ammar Ali Hassan no jornal Al-Masry Al-Youm.
Por outro lado, a prisão de Tarek Abdel Rezek Hussein, dono de uma empresa de importação e exportação, pelo governo egípcio em agosto tem fundamentos concretos. Hussein é acusado de tentar recrutar empregados de empresas de telecomunicações para espionar o Egito, a Síria e o Líbano e está sendo julgado. O julgamento começou no dia 15 de janeiro na Suprema Corte de Segurança Estatal do Egito, com dois israelenses sendo julgados in absentia [os julgados não estão presentes no julgamento]. Israel negou envolvimento com o caso.
Além disso, um grande número de incidentes reais de assassinatos e sabotagens – sendo a maioria ou todas elas convencionalmente atribuídas à Mossad – ocorreram no último ano.