segunda-feira, fevereiro 24, 2014

37% das empresas registram crimes econômicos em dois anos

De acordo com pesquisa da PwC, crimes como fraudes, corrupção e propina tem crescido no mundo todo, especialmente no Brasil

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Dinheiro: cédulas de dólar
Dinheiro: para a maioria das empresas brasileiras (33%) as fraudes custaram entre 100 mil a 1 milhão de dólares nos últimos dois anos
São Paulo - O número de empresas que registram casos de corrupção e propina tem aumentado ao longo dos anos, especialmente no Brasil. É o que aponta uma pesquisa feita pela consultoria PwC com mais de 5 mil executivos de 95 países.
No mundo todo, enquanto em 2011 24% das companhias ouvidas haviam reportado crimes dessa natureza, em 2012 a parcela cresceu para 41% e chegou a 53% em 2013. De uma forma geral, 37% dos respondentes disseram ter vivenciado crimes econômicos nos últimos 24 meses. 
No Brasil 
O cenário por aqui não é animador. Dentre os brasileiros ouvidos para o estudo, 44% reportaram problemas com fraude em processos de aquisição. Outros 28% disseram ter registrado casos de corrupção ou suborno e 27% afirmaram ter sofrido algum tipo de crime econômico no país. Ainda segundo a pesquisa, para a maioria das empresas brasileiras (33%) as fraudes custaram entre 100 mil a 1 milhão de dólares nos últimos dois anos.
A ocorrência de crimes econômicos cometidos em solo brasileiro é superior à média mundial em todas as modalidades analisadas pela PwC, exceto na de crimes cibernéticos. Confira na tabela:
Crime Global América Latina Países emergentes Brasil
Apropriação indevida de ativos 69% 74% 71% 72%
Fraude em aquisição 29% 27% 36% 44%
Suborno e corrupção 27% 25% 38% 28%
Fraude na contabilidade 22% 19% 22% 25%
Cibercrime 24% 20% 22% 17%
 
A evolução do crime econômico
De dois anos para cá, a ocorrência de crimes econômicos tem crescido no Brasil. Os registros de apropriação indevida de ativos, por exemplo, que haviam caído de 87% para 68% entre 2009 e 2011, cresceram para 72% neste ano.  O mesmo aconteceu com as fraudes contábeis, que tinham caído de 27% para 11% entre 2009 e 2011 e mais que dobraram em 2014, com 25% de ocorrências.
Casos de suborno e corrupção também cresceram de 18% para 28% nos últimos dois anos e de lavagem de dinheiro subiram de 0 para 3%.  A única exceção é para as infrações cibernéticas, que caíram de 32% em 2011 para 17% neste ano.  Veja a tabela:
Crime 2007 2009 2011 2014
Lavagem de dinheiro x 13% x 3%
Cibercrime x x 32% 17%
Suborno e Corrupção 8% 7% 18% 28%
Fraude contábil 9% 27% 11% 25%
Apropriação indevida de ativos 36% 87% 68% 72%
O perfil de quem frauda
De acordo com a pesquisa, 74% dos casos de fraude no Brasil surgem simplesmente da oportunidade de  cometê-la, contra 13% que vêm de pressões e outros 13% que surgem da racionalização dos envolvidos.
Para 64% das empresas, o consenso é de que as fraudes são realizadas por funcionários da própria organização. Apenas 25% delas acreditam que os crimes são cometidos por pessoas externas. Outras 11% não sabem identificar a origem do problema.
Quando o fraudador é alguém de dentro da companhia, na maioria dos casos, ele ocupa cargos juniores ou de média gerência (com um índice de 39% para cada posição). Os gerentes seniores são responsabilizados em 18% das ocorrências e os outros cargos em 4%.
A grande maioria dos fraudadores internos (87%) é do sexo masculino e tem idade entre 31 e 40 anos (52%). Para 35% deles o tempo médio de casa varia entre 6 e 10 anos e 61% deles possuem uma graduação.
Já quando o fraudador é externo, a maioria (44%) é constituída de agentes e intermediários, 22% de clientes e 22% têm relação de outra natureza com as empresas. Em 12% dos casos, as organizações não souberam dizer a origem do criminoso.
A punição
No Brasil, nos casos em que o agente corruptor é alguém de dentro da empresa, a principal punição aplicada é a demissão, citada por 87% dos respondentes. Outros 30% disseram informar à Justiça para a aplicação da lei e 30% afirmaram tomar medidas civis, incluindo a recuperação do fraudador. A advertência foi citada por 13% dos pesquisados e 4% disseram não ter feito nada a respeito dos crimes. Apenas 4% adimitiram ter informado as autoridades regulatórias competentes.
Quando quem comete a infração é externo à companhia, a principal atitude tomada pelas empresas é a denúncia à Justiça para a aplicação da lei (citada por 44%). Em seguida, aparecem o término da realação de negócios (22%), a notificação às autoridades regulatórias competentes (22%) e as ações civis (22%). Além disso, 33% afirmaram tomar outras medidas e 11% disseram não saber informar sobre.
Tanto no Brasil quanto no mundo, o meio mais eficiente de identificar irregularidades é o controle feito pelas próprias empresas. No total, 52% das fraudes foram detectadas por ações dessa natureza.
Por aqui, por exemplo, o principal mecanismo de descoberta de corrupção é a auditoria interna de rotina, apontada por 17% dos pesquisados. Globalmente, essa ferramenta foi citada por 12% dos respondentes.
A notificação de transações suspeitas aparece em seguida, apontada por 16% dos repondentes no mundo e 14% no Brasil.
Instituir uma cultura interna também aparece como um ponto forte para conter casos de corrupção, já que as delações internas foram citadas por 14% dos pesquisados no Brasil e 11% no mundo como a origem da descoberta de irregularidades.
As delações externas também foram apontadas por 10% dos ouvidos no Brasil e 7% no mundo, e os sistemas para denúncia aparecem citados por 10% e 5% dos respondentes por aqui e a nível mundial, respectivamente. Confira nas tabelas:
Medidas de controle corporativo
Mecanismo Brasil Mundo
Auditorias internas de rotina 17% 12%
Notificação de transações suspeitas 14% 16%
Rotação de pessoal 7% 2%
Segurança corporativa (física ou de TI) 7% 5%
Análise de dados 7% 9%
Gestão de fraudes e risco x 11%
Medidas de cultura corporativa
Mecanismo Brasil Mundo
Delações internas 14% 11%
Sistema de denúncia 10% 5%
Delações externas 10% 7%
Outras medidas
Mecanismo Brasil Mundo
Por acidente 7% 7%
Mídia investigativa 3% 2%
Aplicação da lei x 3%
Outros métodos x 5%
Não sabe 3% 4%

M A I S S A B E D O R I A


S A B E D O R I A


Nível de estoque preocupa varejista neste início de ano


O indicador da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), que mede a satisfação dos varejistas com seus níveis de estoques, apontou, em fevereiro, o pior resultado desde junho de 2011. O índice de 109,5 pontos caiu 10% em relação a janeiro, quando alcançou 121,7 pontos, e 5% sobre fevereiro de 2013, quando marcava 115,1 pontos.
Neste mês, 27,6% dos varejistas entrevistados apontaram mercadorias em excesso nos estoques. Outros 16,8% disseram ter menos produtos do que o necessário para atender à demanda futura. Apenas 2% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder o motivo de sua insatisfação. Já 53,6% do total afirmaram que seu nível de estoques atual é adequado.
A diferença de 10,8 pontos porcentuais entre a percepção de estoques acima do ideal e a considerada abaixo, apesar de não ser a maior da série histórica, “confirma a hipótese de que o começo de ano está sendo mais fraco do que se previa para o comércio”, na análise da FecomercioSP.
De acordo com a Federação, o resultado acende a "luz amarela" no varejo paulista. “O crescimento restrito do fim de ano passado e o fato de fevereiro ser um mês mais curto e ainda ao impacto do Carnaval em março deve fazer o primeiro trimestre do ano um período fraco para o varejo”, afirma a entidade, em seu comunicado.

http://www.sm.com.br/Editorias/Ultimas-Noticias/Nivel-de-estoque-preocupa-varejista-neste-inicio-de-ano-22814.html