Teorias da conspiração envolvendo a Mossad [serviço de inteligência israelense] são as preferidas do Oriente Médio, mas nem todo mundo as leva a sério.
O abutre “espião” – uma ave de rapina capturada pelos sauditas e acusada de coletar dados de inteligência para Israel – foi finalmente libertada na semana passada, após seis dias em cativeiro. O príncipe Bandar Bin Saud Al Saud, o responsável pela agência de vida selvagem da Arábia Saudita, confirmou que o aparelho de tecnologia de posicionamento global encontrado no pássaro estava sendo usado por cientistas para rastrear os movimentos do animal.
“Esse tipo de sistema é usado em aves e animais, inclusive os marinhos”, disse ele a repórteres logo antes de libertar a ave, repreendendo a imprensa por divulgação irresponsável. “Alguns jornalistas sauditas se apressaram em divulgar a notícia sobre a ave, na esperança de conseguir um furo, mas sem checar as informações”.
Só que o príncipe está sozinho nessa luta. Na Arábia Saudita e em outros lugares do mundo árabe, a agência de espionagem Mossad de Israel é vista como uma força onipotente, onisciente e onipresente, enviando agentes de duas patas, quatro patas e alados para recolher informações e causar o caos.
Nos últimos meses, o número – e, para muitos, o absurdo – de conspirações da Mossad parece ter aumentado, sendo um dos casos mais notáveis o relato sobre a agência ter colocado tubarões para atacar banhistas no Egito, de acordo com relatórios de Sharm al-Sheikh [uma das maiores e mais conhecidas praias do Egito]. Por outro lado, o número de operações plausíveis da Mossad também aumentou nos últimos dois anos.
Rasha Abdulla, presidenta do Departamento de Jornalismo e Comunicação em Massa da Universidade Americana do Cairo, disse que nem todas as teorias da conspiração em relação à Mossad são levadas a sério pela mídia ou pelo público.
“Falando em temos gerais, depende da situação”, disse Abdulla. “Muitas vezes as pessoas são muito céticas (…), por exemplo, no caso dos tubarões em Sharm al-Sheikh, quando a história foi divulgada, as pessoas riram”.
O abutre – que dizem ter sido apelidado de R65 por aqueles que o cuidavam na Universidade de Tel Aviv, um apelido alusivo ao 007 – foi capturado em uma área rural da Arábia Saudita no dia 4 de janeiro e, rapidamente, levantou a suspeita dos habitantes locais de que a ave faria parte de uma “trama sionista”. Na verdade, a ave carregava um aparelho de GPS, assim como etiquetas que a identificavam como uma das aves do grupo cuja migração está sendo monitorada por pesquisadores da universidade.
Isso já foi o suficiente. Notícias sobre a suposta espionagem da ave se tornaram virais na região, resultando em centenas de postagens em blogs e em sites de notícias que afirmavam que a ave era especialmente treinada para recolher informações para a Mossad.
“Basicamente, essas conspirações servem às sociedades das quais elas surgem”, disse Yossi Melman, que cobre notícias relativas a inteligências para o jornal israelense Ha’aretz. “Essas conspirações não têm nada a ver com a Mossad, mas têm tudo a ver com as sociedades e a cultura”
Ramo da segurança que cuida dos interesses ligados à empresas públicas ou privadas, no que tange à proteção de seus recursos humanos e materiais e deve estar em consonância com a missão e valores da empresa, devendo também respeitar os limites éticos e legais impostos nas regiões em que atuam. " Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela." Salmos 127:1