quarta-feira, fevereiro 13, 2013

Guerra: a mais humana expressão de quem somos



Por mvreis

“O primeiro que, ao cercar um terreno, teve a audácia de dizer ISTO É MEU e encontrou gente bastante simples para acreditar nele foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras e assassinatos, quantas misérias e horrores teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas e cobrindo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: não escutem esse impostor! Estarão perdidos se esquecerem que os frutos são de todos e a terra é de ninguém” Assim Rousseau destaca que a origem de todos os males da sociedade é a propriedade privada. A partir do momento que o homem se apropriou de algo, surge a discórdia, inveja, pobreza, subserviência, conflitos, destruição, crimes etc., mazelas que afetam a humanidade. Alguns consideram o discurso de Rousseau sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens o texto motivador do Comunismo, pela sua característica de ataque ao bem privado. Entretanto, se fosse assim, estariam os nossos amigos soviéticos, cubanos, norte coreanos etc. felizes da vida, sem conflitos, deitados em berço esplêndido. O que pode explicar essa contradição é a psicologia. Faz parte da natureza humana o querer, o desejar, o ter. Trabalhamos para termos uma casa melhor, um carro melhor, uma escola melhor para nossos filhos, para viajarmos etc. O homem é ambicioso, não se pode negar sua natureza, assim como a de um animal. Igualdade estrita é contra a natureza humana, pois o homem busca na verdade a diferenciação. Claro que o Estado ao não fornecer educação, saúde, lazer, transporte etc. a todos é causa de uma desigualdade injusta, que prejudica a diferenciação pela competência e pelo trabalho. Assim, creio que o conflito, a guerra são humanos. Fazem parte da nossa natureza de querer mais – que se expressa também na dos Estados a que pertencemos -, de necessitar, de apropriar, de ser o primeiro, o vencedor. A história já nos contou isso. Não existe nenhum momento da história da humanidade sem a Guerra. Os impérios foram formados com base nesses desejos e assim continuarão sendo. Estados continuarão a fazer guerras, continuarão a se apropriar de recursos de outros países, continuarão evitando a escassez aos seus nacionais as custas da fome em outro canto do planeta. Talvez até o nosso país fará isso, na tentativa de entrar para o clube dos ricos. Aliás, um clube que tem seu número de sócios restrito e não pode ser ampliado a todos.

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